Os alemães sonhavam com uma revolução elétrica e de software. Acontece, porém, que a Volkswagen ainda tem muito a aprender para poder competir com a Tesla.
Volkswagen ID.3 e problemas de software
Um dos principais objetivos da empresa com sede em Wolfsburg é expandir significativamente a gama de carros elétricos. Para isso, a Volkswagen estabeleceu uma nova família de veículos ID., e pretende investir bilhões de euros no desenvolvimento da marca e de todo o grupo. Parece que todas essas atividades, com os enormes recursos que a Alemanha sem dúvida tem à sua disposição, garantirão uma liderança no mercado de eletricidade.
Além disso, houve vozes de especialistas afirmando que, se os “meninos grandes” levarem a sério a eletricidade, a Tesla poderá ter muitos problemas. Bem, tal cenário ainda não se concretizou, e atualmente a Volkswagen está tendo problemas para implementar o modelo ID.3. Vale destacar aqui que durante a estreia oficial, a fabricante enfatizou que o novo eletricista é tão importante quanto o Golf ou o Fusca. Foi a ID.3 que abriu um novo e grande capítulo de importância estratégica na história da marca.
Os planos da Volkswagen, no entanto, enfrentaram uma colisão brutal com a realidade. Relatórios anteriores, que apontavam para problemas significativos com o software usado em ID.3, foram confirmados. Além disso, não foi possível resolvê-los nos primeiros exemplares destinados aos clientes. Como resultado, certas funções do sistema de infoentretenimento (por exemplo, App Connect) não estarão disponíveis e não será possível ativar o Head-Up Display. Os defeitos devem ser removidos apenas com a atualização do software.
Mudanças em Wolfsburgo
Os longos atrasos e problemas de software no modelo Volkswagen ID.3, bem como no novo Golf, provavelmente tiveram um impacto significativo no decisões tomadas pelo fabricante alemão. Christian Senger, membro do conselho da marca e chefe da Digital Car & Services, será removido do conselho de administração e não será mais o chefe de software.
Curiosamente, o cargo de Senger será ocupado por Markus Duesmann, o atual CEO da Audi, que anteriormente atuou como diretor executivo da BMW. Vale ressaltar que ele não tem muita experiência em desenvolvimento de software – ele é engenheiro mecânico por formação, e seus cargos anteriores não estavam intimamente relacionados à programação.
Claro, é difícil dizer agora se as competências de Duesmann são suficientes. Deve-se notar, no entanto, que há um verdadeiro desafio pela frente do novo chefe de software. Ele não apenas terá que orientar o desenvolvimento do ID.3 na direção certa, mas também terá que supervisionar as principais mudanças dentro do grupo.
A Volkswagen pretende aumentar sua participação interna no desenvolvimento de software automotivo, de um valor atual de menos de 10% para pelo menos 60% até 2025. O objetivo também é criar um novo sistema operacional unificado para todo o grupo – vw.os, e desenvolver serviços baseados em nuvem.